Residência artística em Maputo destaca talentos lusófonos e realça criadores de Timor-Leste
Olga Boavida e Orlanda Mendonça são as representantes de Timor-Leste na residência artística internacional Resistir Para Existir, que reúne criadores de seis países lusófonos. O produto final da residência será apresentado no dia 12 de Setembro, no Centro Cultural Moçambique-China.
Inserida no projecto Resistência e Afirmação Cultural, a iniciativa visa criar uma obra multidisciplinar que revisita memórias colectivas dos processos de libertação colonial e das lutas antifascistas. Coordenada pela Associação Cultural Scala em parceria com a Khuzula, a residência selecionou talentos nacionais e internacionais entre mais de uma centena de candidaturas.
Timor-Leste está em destaque com a participação de duas artistas. Olga Boavida é contadora de histórias, cofundadora e presidente da Associação Haktuir Ai-Knanoik, dedicado à valorização da tradição oral. É autora de “Noi de Mel” e “A lenda da ilha de Lorosa‘e”, promovendo oficinas culturais e educativas que transmitem narrativas ancestrais às novas gerações.
Por outro lado, Orlanda Mendonça é cantora e declamadora, iniciou a sua formação no Dom Bosco (Comoro) e venceu o Concurso de Música do MEHI (2024). Actua como embaixadora de marca e dinamiza actividades de promoção da igualdade de género, divulgando a sua arte em plataformas digitais.
O processo criativo da residência privilegia a partilha de saberes entre dança, música, teatro e artes visuais, promovendo fusões inesperadas entre a morna cabo-verdiana, o semba angolano, o gumbé guineense e a marrabenta moçambicana.
Além dos artistas timorenses, participam criadores de Angola (Géssica Pedro e Cassilva), Cabo Verde (Suaila Lima, Yacine Rosa), Guiné-Bissau (Janice Candé, Osvaldo Netos, Eugénia Lopes), Moçambique (Leia Nhambe, Shelcia Mac, Nicole Bota), Portugal (Luís Fernandes, Carolina Monteiro, Francisco Vieira), São Tomé e Príncipe (Vanessa Faray, Eduardo Lourenço).
A apresentação final contará com mais de cinquenta profissionais em palco, entre residentes internacionais, artistas e técnicos moçambicanos. O espectáculo será documentado e arquivado na plataforma digital CASA, constituindo um repositório permanente para as artes performativas da lusofonia.
A iniciativa conta com o apoio do PROCULTURA, financiado pela União Europeia e co-financiado pelo Camões, I.P. e pela Fundação Calouste Gulbenkian, além do apoio estratégico do Ministério da Educação e Cultura de Moçambique.
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